“ Aí temos a teoria das faculdades da alma, obscurecidas pelos órgãos corporais, e o da expansibilidade das mesmas após a morte. Aqui, porém, se cogita das almas elevadas e já depuradas não, assim das impuras”.[1]
Em o Livro dos Espíritos é possível encontrar a resposta à pergunta de nº 127, sic: Os Espíritos são criados com iguais faculdades intelectuais?
A resposta foi a seguinte: “São criados iguais, mas como não sabem de onde vem, dão curso ao livre arbítrio. Progridem mais ou menos rapidamente em inteligência, como em moralidade.”[3]
Os Espíritos que seguem desde o princípio o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos; se não tem más tendências, não estão menos obrigados a adquirir a experiência e os conhecimentos necessários à perfeição. Podemos compará-los a crianças que, qualquer que seja a bondade dos seus instintos naturais, tem necessidade de desenvolver-se, de esclarecer-se, e não chegam sem transição da infância à maturidade. Assim como temos homens que são bons e outros que são maus, desde o princípio, com a diferença capital de que a criança traz os seus instintos formados, enquanto o Espírito, na sua formação, não possui mais maldade que bondade. Ele tem todas as tendências, e toma uma direção ou outra em virtude do seu livre arbítrio.[4]
A humanidade sempre conviveu com Entidades e Deuses criados para cada época ou evento, atribuindo ao sobrenatural a origem. Não havia um estudo ou explicação plausível que indicasse tratar-se de Espíritos. (104. pt. 1, cap. 8, it. 1).
Todas as religiões têm tido os Anjos, sob vários nomes, seriam seres superiores à Humanidade, intermediários entre Deus e os homens. [...] Os anjos são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. [...] ((104. pt. 1, cap. 8, it. 13).[5] Diante desta informação é possível identificar nos registros históricos a citação e presença do:
1. “Anjo Caído - “Os que, apesar da sua inteligência e do seu saber, perseveraram no mal, sempre revoltados contra Deus e suas leis. Não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir. Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da Natureza”.[6]
2. Anjo das Trevas - “[...] possui, como parte de sua natureza, um misto de saber, de bondade e de maldade. Ela aí se conserva, em primeiro lugar, por causa de sua maldade, que o torna incapaz de habitar uma região de luz. Também aí se acha porque, podendo progredir, se quisesse, não deseja por enquanto; e isso, em parte, porque ainda odeia a luz.[...]”.[7]
3. Anjo da Guarda – “[...] Todos temos, ligado a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob sua proteção. Desempenha, junto de nós, a missão de um pai para com seu filho; a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso, através das provações da vida.[...]”.[8]
4. Anticristo – “Podemos simbolizar como Anticristo o conjunto das forças que operam contra o Evangelho, na Terra e nas esferas vizinhas do homem, mas, não devemos figurar nesse Anticristo um poder absoluto e definitivo que pudesse neutralizar a ação de Jesus, porquanto, com tal suposição, negaríamos a previdência e a bondade infinitas de Deus. (273, q. 291).[9]
APARIÇÃO.[10]
[...] como é formado de substância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por ato da sua vontade, fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna momentaneamente visível. É assim que se produzem as aparições. [...].(101, cap. 14, it. 35).
As aparições propriamente ditas se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo da plena e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral, sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes e imprecisa. A princípio é, quase sempre, uma claridade esbranquiçada, cujos contornos pouco a pouco se vão desenhando. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de es tornar possível fazer-se da aparição uma descrição completa. Os ademanes[11], os aspectos, são semelhantes aos que tinha o Espírito quando vivo[12]. (107, cap. 6, it. 102).
O Espírito que quer ou pode realizar uma aparição tomo por vezes uma forma mais precisa, de semelhança perfeita com um sólido corpo humano, de sorte a causar a ilusão completa e dar a crer que está ali um ser corpóreo. (109, pt. 1, Manifestação dos Espíritos).
Aparição tangível.
[...] Em alguns casos, finalmente, e sob o império de certas circunstâncias, a tangibilidade pode se tornar real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez do relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo sentido tátil. (107, pt. 2, Cap. 6, it. 104).
Remete- nós a verificar a AGÊNERE[13]:
[...] é uma variedade de aparição tangível. É o estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao grupo de causar completa ilusão. (Do grego a, privativo, e-geine, gerinomail; gerar; que não foi gerado). (107, it. 125).
[...] Os exemplos clássicos na Bíblia são o do anjo que viajou com Tobias e o do aparecimento de Jesus Cristo sobre a Terra. (26, cap.4). [...] um Espírito materializado em plena luz, com toda a aparência de um homem normal. (26, cap.12).[14]
Há, porém, agêneres e agêneres. Tais seres são, por definição, criaturas fisiologicamente não geradas, como o normal dos encarnados. Noutras palavras seres que se mostram materializados aos olhos humanos, às vezes por longos períodos, que são sempre interrompidos, necessariamente, por variáveis interregnos de tempo. Em casos especiais, a frequência com que aparecem dá uma poderosa impressão de continuidade. (188, cap. 7).[15]
[1] Idem. [2] Idem, itens IV a IX, pp. 529/530. [3] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O Livro dos Espíritos, p. 73. [4] Idem. [5] O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. – 5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 223. [6] Idem, p. 64. [7] Idem, p. 65. [8] Idem, p. 65. [9] Idem, p.66.
留言