A existência do envoltório semimaterial é já uma chave para a explicação de muitas coisas, e mostra a possibilidade de certos fenômenos. Quanto aos meios são muito variados e dependem tanto da natureza, mais ou menos apurada dos Espíritos, como das disposições peculiares das pessoas que lhes servem de intermediários. O mais comum – o que se pode chamar de universal – consiste na intuição, isto é, nas ideias e pensamentos que eles nos sugerem.
O Espírito atua algumas vezes, diretamente, sobre a mão do médium, à qual dá um impulso totalmente independente da vontade deste, e sem que ele tenha consciência do que escreve: é o médium escrevente mecânico.
Outras vezes, atuando sobre o cérebro do médium, seu pensamento se comunica com o deste que, então, ainda que escrevendo de modo involuntário, tem consciência mais ou menos nítida do que obtém: é médium intuitivo; seu papel é exatamente o de um intérprete, que transmite um pensamento que não é seu e que, entretanto, ele deve bem compreender. Ainda que neste caso, o pensamento do Espírito e do médium se confundam algumas vezes, a experiência ensina a distingui-los com facilidade.
Pode se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da criação, povoam o universo, fora do mundo material. (LE-76).
Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade; mas, repetimos ainda mais uma vez: a origem deles é mistério. (LE-81).
A criação é permanente; Deus nunca deixou de criar.
O Espírito é uno em sua essência imortal, mas a sua manifestação se processa em três fases distintas; ele pensa, sente e age.
O princípio inteligente do universo, ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria necessita de um intermediário para atuar na matéria, que é o perispírito, o qual faz parte dele. Constituem o mundo invisível. A alma é o Espírito encarnado.
Há o Laço que liga a Alma ao corpo. Semimaterial, de natureza intermediária entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse Laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente. (LE-135).
Envolve-o uma substância vaporosa para vossos olhos, mas ainda muito grosseira para nós; suficientemente vaporosa, contudo, para poder elevar-se a atmosfera e transportar-se onde queira. (LE-93).
De onde o Espírito tira o seu envoltório semimaterial? Do fluido universal de cada globo; por isso, não é o mesmo em todos os mundos. Passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa. (LE-94).
Desprende-se do corpo todas as noites quando dormimos e as vezes mesmo estando acordados.
Esse envoltório semimaterial, que tem a forma humana, constitui para o Espírito um corpo fluídico, vaporoso, mas que, pelo fato de nos ser invisível no seu estado normal, não deixa de ter algumas das propriedades da matéria. (EAZ-683).
Nota: O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O que é o Espiritismo, p. 274.
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