Justiça das aflições[1]
Pela definição da Doutrina Espírita a justiça consiste em respeitar cada um os direitos dos demais. Não somente os direitos sagrados das legislações humana, mas, todos os direitos naturais compreendidos no sentido amplo de justiça.
A justiça do Pai é equânime e ninguém fica impune ou marginalizado diante de suas leis, mas, ela sobretudo feita de amor e misericórdia, possibilitando ao faltoso renovada oportunidade de redenção.
O que precisamos e que temos certeza é que Jesus é a Luz do mundo, é o Sol do nosso orbe, quem o segue não andará em trevas. E ai que começa entrar a nossa avaliação ao comentarmos que aquele que tem aflição por justiça, aquele que compara porque alguns se beneficiam e outros não, julgando inclusive pelo caráter, pela moral daquele espírito encarnado ou mesmo desencarnado está vivenciando, é a certeza de que a Lei Divina, a Lei de Deus ela é justa, ela nos alcança em sua totalidade respeitando o que conquistamos durante as nossas encarnações. Nós devemos ter a certeza de que não há injustiça na Lei de Deus.
Então não devemos ficar preocupados se amanhã ou depois seremos reconhecidos quando chegarmos ao mundo espiritual, se as nossas obras aqui na Terra, se praticamos a caridade, se ajudamos ao próximo, se trabalhamos as nossas imperfeições ou nossos impulsos espirituais adquiridos ao longo das diversas experiências reencarnatórias, não que duvidar de que seremos reconhecidos como aquele espírito que laborou para melhorar a cada dia.
Deus é justo, é perfeito, se Deus é perfeito, se Ele nos criou e deu-nos a oportunidade de igualdade, de cada um escolher o caminho a seguir, não podemos revoltar com as consequências de nossas escolhas. Os espíritos principalmente aqueles que estão no mundo espiritual, aqueles que voltam ou que vem cobrar-nos as atitudes que praticamos no passado, temos que ter por eles o nosso amor e pedir perdão para eles no sentido de que, hoje reconhecemos nossas atitudes pretéritas em que prejudicamos muitos espíritos e se algum deles por ventura se apresenta a nós nesta encarnação, recorrendo ao Supremo, aos Espíritos Superiores o direito de cobrar de nós o que fizemos no passado prejudicando lhes. Mas tem um detalhe o que foi feito, ou seja, o passado não tem como mudar, todavia, o futuro existe a esperança de que eu possa mudar com as atitudes que eu pratico hoje.
Então, eu não diria só para os espíritos desencarnados, também diria para os encarnados, se algum momento, alguma atitude minha tenha prejudicado qualquer que seja o espírito, encarnado ou desencarnado, peço que me perdoem.
Permitam-me reconstruir esse caminho agora que sei ser Jesus a Luz do mundo e o Sol espiritual para todos nós nesta Terra; seguindo-O, não andaremos pelas trevas e teremos uma chance extraordinária de resgate. Vamos fazer a caridade, ajudar ao próximo sempre buscando a nossa transformação moral principalmente.
Não somos melhor do que ninguém, mas temos a certeza de que estamos tentando e devemos tentar todos os dias, assim teremos uma boa oportunidade.
Peço licença para ler um trecho de uma mensagem que é o elo com a verdade:
“ Tu és um meio para Deus. Não separado, não como uma vida a parte da Sua. A Sua vida está manifestada em ti que es o Seu Filho. Cada aspecto de si mesmo está emoldurado em santidade e pureza perfeita em Amor tão Celestial e tão completo que só deseja poder liberar tudo aquilo que contempla para si mesmo. A Sua radiância brilha através de cada corpo para o qual Ele olha e limpa toda escuridão. Está Nele transformando-a em Luz, simplesmente olhando para o que está depois da escuridão, para Luz. O véu é erguido através de Sua gentileza e nada esconde a Face de Cristo de que O contempla. Tu e o teu irmão estão diante Dele agora para permitir que Ele ponha de lado o véu que parece mantê-los separado a parte”.
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[1] ESE – Cap. V – Bem Aventurados os Aflitos, item 3 – Justiça das Aflições.
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